sexta-feira, 26 de março de 2010
Ilha do Medo
O filme de Martin Scorsese, autor de várias obras clássicas do cinema como Taxi Drive, causa um certo aperto na barriga, uma sensação estranha que praticamente paira todas as filmografias do diretor. Ilha do Medo não é nada comum.
Com uma narrativa rebuscada, um elenco veterano e uma (me desculpem a expressão) “puta” direção de arte, a historia se passa no ano de 1954, onde paranóicos, responsáveis por muitos crimes, são tratados como pacientes. Os agentes federais (Leonardo DiCaprio e Mark Rufallo) estão indo ao local investigar o desaparecimento de uma paciente. No entanto, as mesmas não avançam por falta de colaboração dos funcionários do hospital psiquiátrico. Mas o que acontece é que Scorsese, mesmo que tentemos imaginar os rumos da historia a partir dai, nos da uma chave de braço, uma apos a outra.
A fotografia é clássica, ora bem colorida, ora bem opaca e caminha amarrada ao visual criado para a época. Alias, uma película muito bem finalizada, o que neste caso, potencializa a direção artística. A preparação do elenco já era de se esperar, ótima. O roteiro é conduzido magistralmente pelo diretor e a trilha sonora fica devendo em alguns momentos, mas nada que a desabone.
Para quem conhece a fundo as obras do Scorsese pode não se surpreender tanto com a virada de suas adaptações e nem muito menos com o estilo adotado por ele. A duvida imposta não nos garante nenhuma verdade absoluta de um final, traduzindo a trama como um ciclo vicioso. É impressionante como a narrativa subliminar deve ser atenta. Qualquer objeto, qualquer coisa que aparentemente seria mais uma coisa para por no cenário tem um legitimo significado, estes que se analisados traduzem boa parte do roteiro. Ilha do Medo tem todos os pré-requisitos de uma obra bem argumentada, despejando na mente do telespectador uma gama signos e aparências do que a mente humana é capaz de sofrer.
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