O primeiro filme de guerra que não me decepcionou, Guerra ao Terror detonou suas bombas diretamente na premiação do Oscar 2010. Depois de todo aquele alvoroço, de que nenhum empresário da fábrica de cinema americano queria por grana na “guerra” alegando o retorno não obtido nas bilheterias ao redor do mundo, o que de fato aconteceu, quem riu por último foi a diretora Kathryn Bigelow, com meia dúzia de estatuetas na mão.
Não estou sendo irônico, mas uma mulher dirigir um roteiro dessa temática não é comum nesse meio e, com uma idéia na cabeça e uma câmera na mão foi longe, digo longe não somente na condução do mesmo, mas na estética, com imagens que transmitem ainda mais a tensão da historia. Confesso que o premio de melhor fotografia seria impossível ganhar diante das heterogêneas cores e luzes de Mauro Fiore, fotografo de Avatar. Desculpe-me os fãs das criaturas azuis, mas a guerra real mereceu levar melhor montagem, mixagem e edição de som, descontando é óbvio o melhor roteiro original que já tava mais que na cara que seria contemplado.
Para o longa ir para as telas houveram muitas intervenções de franceses, italianos e canadenses, isso porque o Mark Boal, jornalista e roteirista já tinha desistido de procurar ajuda em Hollywood depois de ser massacrado pelos produtores ávidos em programações 3D. Portanto o projeto foi rodado na raça, com pouco investimento e muita criatividade. A partir desse ponto, se tornou a obra com menor bilheteria e a mais subestimada pelos potenciais investidores e distribuidoras. Alem do Oscar, Guerra ao Terror conquistou diversos prêmios em festivais no mundo inteiro e a academia mandou um recado: que bilheteria não significa tudo para o sucesso.
Fatos a parte, a atuação não é conhecida mas reconhecida com seus méritos. O protagonista sofre e ao mesmo tempo se diverte com as situações trazidas pelo enredo. Se por no lugar de muitos soldados americanos que enfrentam essas batalhas todos os dias no Iraque não é brincadeira, traçada por uma realidade cruel e repugnante. Nesse aspecto a temática envolvida se torna mais importante do que o visual e o psicológico ascende em quem está assistindo a trama. E não se iluda, a narrativa é bem intensa.
Merecedor de todas as criticas e prêmios, mostrar a verdade por detrás dos interesses políticos, mas sem mencioná-los, alem da magistral direção e de todas as técnicas introduzidas em algo tão banalizado em nossos dias, a guerra da ficção é a mesma enfrentada por centenas de homens das quais nossos correspondentes nos informam por meios televisivos. Recomendo.
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